Os influenciadores digitais tornaram-se importantes nas estratégias de marketing, onde conseguem ligar marcas a milhões de seguidores de forma autêntica e humanizada. No entanto, uma pesquisa recente revelou uma preocupação alarmante: cerca de 62% dos influenciadores não verificam o conteúdo que promovem, o que gerou uma quantidade de dúvidas sobre a autenticidade e a ética.
De acordo com um estudo divulgado pela UNESCO, o crescimento acelerado do marketing digital trouxe desafios éticos significativos, especialmente relacionados à disseminação de informações enganosas e à falta de transparência nos conteúdos patrocinados. Este estudo destacou a necessidade urgente de regulamentar práticas de marketing de influência para proteger consumidores e manter a integridade das campanhas digitais.
Os influenciadores são intermediários entre marcas e consumidores. Com base na confiança das suas audiências, conseguem alavancar vendas, aumentar a notoriedade de produtos e mudar opiniões. Contudo, com o crescimento das parcerias pagas, surge a questão: até que ponto os influenciadores são responsáveis pelo que promovem?
Pesquisas indicam que a maioria dos consumidores acredita que influenciadores têm um papel crucial na verificação da qualidade e veracidade dos produtos ou serviços que promovem. A UNESCO, no seu estudo, reforça que a ausência de critérios claros na seleção de campanhas pode não apenas prejudicar consumidores, mas também comprometer o ecossistema digital como um todo.
A pressão para entregar resultados rapidamente pode levar influenciadores a promoverem produtos sem análise adequada. Outras razões incluem:
Além disso, a UNESCO destacou que muitos influenciadores estão vulneráveis à pressão das marcas para publicar conteúdos sem revisão detalhada, especialmente em setores como tecnologia, saúde e beleza, onde a desinformação pode ter consequências graves.
Marcas e influenciadores podem adotar medidas para reforçar a autenticidade:
A UNESCO recomenda a implementação de códigos de conduta internacionais para influenciadores, que abordam questões de transparência, ética e responsabilização por conteúdos enganosos.
Um exemplo recente no setor de cosméticos em Portugal destacou como os influenciadores podem afetar a reputação de uma marca. Após a promoção de um creme que não cumpria as promessas, os consumidores expressaram insatisfação pública que levou à perda da credibilidade da marca e do próprio influenciador.
Por outro lado, influenciadores que promovem apenas produtos testados ganham reconhecimento como autoridades no setor, consolidando-se como parceiros valiosos para as marcas.
Além disso, o relatório da UNESCO mencionou casos em que influenciadores foram processados judicialmente por promoverem produtos fraudulentos, reforçando a necessidade de maior responsabilidade no setor.
A responsabilidade no marketing de influência é um tema cada vez mais relevante. Influenciadores devem lembrar-se que a sua credibilidade é um ativo precioso e as marcas devem priorizar a transparência e a autenticidade nas suas campanhas.
Afinal, no digital, onde a confiança é a moeda de maior valor, é fundamental garantir que o conteúdo promovido seja verdadeiro, relevante e ético.
Como destacou a UNESCO, o marketing de influência só será sustentável se baseado em confiança e responsabilidade, para fortaler o relacionamento entre as marcas, influenciadores e os consumidores.