Como tenho estado ausente aqui no blog, ocupado com alguns projetos novos, volto agora, depois de um verdadeiro apagão. Primeiro, o “meu apagão” de conteúdos. Depois, o apagão que reforçou a importância dos planos de contingência para negócios digitais. Em abril de 2025, Portugal e outros países europeus enfrentaram falhas de energia e comunicações que paralisaram empresas e operações digitais.
Foi um evento que, mais uma vez, evidenciou como estamos dependentes da infraestrutura digital para praticamente tudo – e como a falta de preparação pode trazer consequências sérias para quem trabalha no digital.
Por isso, quero hoje partilhar algumas reflexões e estratégias práticas sobre como devemos preparar os nossos negócios digitais para lidar com falhas graves como esta.
No dia 28 de abril de 2025, uma falha de origem energética provocou cortes de eletricidade em grande parte de Portugal e afetou igualmente redes de comunicações móveis e fixas. MEO, NOS e Vodafone confirmaram perturbações nos seus serviços, que demoraram horas a normalizar (Fonte: SAPO Tek).
Em negócios digitais, o impacto foi imediato: websites fora do ar, lojas online inacessíveis, sistemas de pagamento indisponíveis, equipas incapazes de trabalhar remotamente… Este episódio reforça uma necessidade urgente: ter planos de contingência sólidos.
er um plano de contingência digital não é luxo: é necessidade. Abaixo partilho algumas estratégias que considero fundamentais para proteger negócios em situações semelhantes:
Investir em power banks de alta capacidade, geradores portáteis ou, para negócios maiores, UPS (fontes de alimentação ininterrupta) para manter equipamentos essenciais operacionais.
Para escritórios ou coworkings, pensar também em sistemas solares de backup.
Ter um plano de dados móveis de emergência num smartphone ou router 4G/5G. Algumas operadoras oferecem planos de backup que podem manter negócios mínimos a funcionar durante interrupções.
Garantir backups automáticos e constantes para servidores na cloud.
Além disso, ter cópias críticas locais (em discos rígidos externos) atualizadas semanalmente ou diariamente.
Ferramentas como Dropbox, Google Drive ou serviços de backup automáticos em nuvem são essenciais.
Planear como a equipa pode trabalhar sem internet:
Acesso offline a documentos importantes (Google Docs, Notion e outros serviços permitem sincronização offline).
Ferramentas de gestão de tarefas (como Trello ou Asana) configuradas para funcionar em modo offline.
Criar um plano de comunicação de emergência para clientes, fornecedores e equipa interna.
Ter mensagens pré-preparadas para canais como e-mail, redes sociais ou SMS para informar sobre interrupções e prazos estimados de normalização.
Designar responsáveis pela comunicação durante crises.
Alojar sites em servidores cloud que tenham alta disponibilidade e planos de contingência próprios (AWS, Google Cloud, Azure).
Utilizar CDNs (Content Delivery Networks) como Cloudflare para minimizar a dependência de servidores únicos.
Realizar simulações anuais ou semestrais de situações de apagão:
O que acontece se perdermos o acesso à internet durante 6 horas?
E se ficarmos sem energia 12 horas?
Ensinar toda a equipa a seguir o protocolo de contingência.
O apagão de abril de 2025 foi um alerta forte para quem trabalha exclusivamente no meio digital. Estar preparado para interrupções de energia e comunicações não é opcional, é vital para a sobrevivência e credibilidade de qualquer negócio.
Ter planos alternativos de energia, internet de emergência, backups automáticos, estratégias de trabalho offline e uma comunicação de crise bem delineada pode ser a diferença entre perder dias de operações ou continuar, mesmo com limitações.
Se ainda não tens um plano de contingência para um projeto digital, este é o momento certo para começar a construir um. Porque, como este apagão mostrou, não é uma questão de “se” vai acontecer de novo – mas sim “quando”.